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quinta-feira, dezembro 19, 2013

Vai Formoso e Inseguro

«António José Seguro não acredita numa relação com o governo apesar do acordo alcançado [sobre o IRC]»

Cabeçalho da notícia do jornal "i" on-line. Seguro está inseguro, mas ao Governo já dava jeito uma relaçãozinha, mesmo que envergonhada, passageira e sem chegar a casamento ou a união de facto. Dá nisto a promiscuidade entre a abstenção violenta e a oposição responsável.

quarta-feira, julho 10, 2013

Uma no Cravo, Outra na Ferradura

António José Seguro, depois de ter andado a repetir de forma descontínua que quer eleições antecipadas, afirmou ontem, já depois de ter saído da audiência com Cavaco Silva, que o PS (Partido Seguro) não precisa de eleições para apresentar propostas para o país. Será que é isto que Cavaco Silva quer ouvir (ou já ouviu), para aprovar a nova versão do (des)governo do "irrevogável" Paulo Portas e do "segunda linha" Passos Coelho?

segunda-feira, junho 17, 2013

Euro-Pensadores

António José Seguro, líder do Partido Socialista português, afirmou pretender que o desemprego europeu fique abaixo dos 11% em 2020 e que a partir de 2021 exista uma "mutualização europeia do pagamento dos subsídios de desemprego" quando a taxa ultrapassar a média europeia. Avançou com estas propostas durante o Fórum dos Progressistas Europeus, encontro organizado pelo PS francês e pelas fundações Jean Jaurès e Européenne d'Études Progressistes.

Por sua vez, Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República portuguesa, durante a sua visita às instâncias da União Europeia, argumentou que é necessário repensar a participação do Fundo Monetário Internacional na constituição da troika, aquando da concepção e gestão dos programas de ajustamento dos países sob resgate.

Mantem-se entre os políticos portugueses, este hábito nada saudável de dizerem lá fora o que não se atrevem a dizer cá dentro.

sábado, março 23, 2013

Cartas de Compromisso

EM mais um episódio da sua burlesca oposição, António José Seguro vai escrever cartas ao FMI, ao BCE e à CE, a dizer mais ou menos o seguinte:

Oh senhores do FMI, do BCE e da CE, desculpem lá qualquer coisinha, mas esta coisa da moção de censura que faço contas de apresentar contra o Governo do Coelho (e que não terá efeitos práticos, dada a correlação de votos) é apenas para consumo interno, e para acalmar os anseios do indigenato. Estejam descansados que na remota hipótese de virmos a ser governo, comprometemo-nos a cumprir, com muito zelo e eficiência, o que está estipulado no memorando da troika, e tudo o mais que vier por acréscimo. Somos pobrezinhos, porém honestos e cumpridores. Cordiais cumprimentos e os meus sinceros agradecimentos.

domingo, março 17, 2013

Episódios da Oposição Construtiva

ESTOU perfeitamente atónito com as declarações que António José Seguro anda a fazer no "road show", em que anda a mostrar-se ao país.

Diz Seguro que este falhanço do governo e da troika, foi o que finalmente despoletou a ruptura com o PS, só que não se vislumbram quaisquer consequências disso, nem sequer uma moção de censura. Como é fácil de ver, Pedro Passos Coelho e a troika, tremeram de medo e ficaram extraordináriamente preocupados com as consequências dessa ruptura. Mas Seguro, diz mais: que o primeiro-ministro Coelho tem que, olhos nos olhos, pedir desculpa aos portugueses, pelos malefícios que a sua obstinação austeritária e confiscatória, está a provocar ao país, e que o Governo tem que mudar de rumo e de política. É como se tivesse dito: olhe, oh senhor Coelho, siga os meus conselhos e deixe-se ficar, não precisa de se ir embora, não se demita, basta pedir desculpa e mudar de rumo. Como é fácil de ver, estas palavras deixaram Pedro Passos Coelho indeciso, isto é, na dúvida se há-de continuar na sua senda de destruição criativa, contra tudo e contra todos, custe o que custar e doa a quem doer, ou se deve marcar uma conferência imprensa e pedir perdão pelas suas malfeitorias.

Depois da tão propalada oposição responsável e abstenção violenta, António José Seguro, fingindo que é da oposição, continua a inventar. Não é para rir, mas o episódio agora chama-se oposição construtiva e séria...

segunda-feira, fevereiro 11, 2013

Tantas Vezes Vai o Cântaro à Fonte…


"É em nome das minhas ideias, das minhas convicções e dos valores do partido que eu me apresento como candidato à liderança do PS. Por essa via, se vier a merecer como espero a confiança dos socialistas, serei o candidato do PS a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas".

Palavras de António José Seguro na Comissão Nacional do PS, realizada em Coimbra, em 10 de Fevereiro de 2012.

Meu comentário: Já ouvi António José Seguro repetir esta intenção (ser primeiro-ministro) várias vezes, desde que assumiu a liderança do PS. Esta insistência convida-me a tirar uma amarga conclusão: declarações deste tipo acontecem quando as ambições e objectivos pessoais dos políticos se sobrepôem aos interesses do país, transformando o poder político naquele brinquedo que sempre, teimosamente, se desejou possuir.

sábado, janeiro 19, 2013

Louça das Caldas


ANTÓNIO José Seguro disse que quer ganhar as próximas eleições com uma maioria absoluta. Com a experiência que temos de maiorias absolutas, a melhor resposta que encontrei à sua pretensão foi com a ajuda de louça das Caldas.

domingo, outubro 07, 2012

Prioridades Seguras

«Não sei se consigo, mas ao menos luto.»

Afirmação de António José Seguro, durante uma digressão por França e Alemanha, referindo-se às dificuldades tremendas que tem encontrado para contrariar o programa de austeridade do governo de Passos Coelho, isto depois de se ter abstido de votar as moções de censura do BE e do PCP, e quando ainda não é garantido que vote contra o Orçamento de Estado para 2013.

Assim, não se sabe bem a que tipo de luta Seguro se está a referir, porém, não me admirava que tivesse a ver com a tal proposta para reduzir o número de deputados da Assembleia da República, inexcedível prioridade das prioridades nos tempos que correm, na medida de apenas visará emagrecer a representação parlamentar das oposições incómodas, contribuindo para deixar caminho livre às políticas de ruína e ladroagem desbragada do actual governo PSD/CDS-PP.

terça-feira, setembro 18, 2012

Pedro e Paulo, mais o António


PEDRO decide garrotar os trabalhadores portugueses com o agravamento da TSU e do IRS, dizendo que não há alternativa. Vem depois o Paulo (após um grande silêncio, para finalmente fazer coro com o resto do mundo), dizer que não concorda e a brandir o seu desvelado patriotismo para justificar a continuação no governo, digamos que sob protesto. Ao ver que a solução deu para o torto, Paulo sacaneia o parceiro Pedro da coligação, fazendo-se passar por virgem púdica e ofendida, a fim de se desvincular das malfeitorias perpetradas por Pedro, e com isso vir a colher dividendos junto dos portugueses. Pelo meio, alguém que me explique o que é isso de um imposto extraordinário sobre as PPPs, solução alternativa defendida pelo António da abstenção violenta, que logo serviu para aparecerem os defensores de um governo de salvação nacional a três, uma coisa que até dava muito jeito ao Pedro e ao Paulo, para diluir responsabilidades. Então e a renegociação das rendas das tais PPPs? E os rendimentos do capital? E os lucros das grandes empresas? E os dividendos dos accionistas? E as grandes fortunas que se andam a passear, cá dentro e lá fora?

Quanto ao povo, no passado 15 de Setembro, à margem de convocatórias partidárias e sindicais, e com um enérgico protesto a nível nacional, levantou-se e deu sinal de que não quer continuar a ser albardado.

Entretanto, fica por explicar como é que esta coligação funciona, e se o seu objectivo é governar ou apenas tiranizar o povo. Não acredito muito na teoria da ingenuidade, da inexperiência ou da incompetência dos seus membros. Penso que embrulhados e desculpabilizados por essa teoria, passo a passo, com muita paciência e alguma turbulência artificial pelo meio, vão levando a água ao seu moinho. Para dramatizar, Bruxelas já vai ameaçando que se a TSU não for para a frente, suspendem a próxima tranche, em nome da Merkel, do Euro e do raio que os parta a todos. A crise política que se avizinha serve para pôr o país de quarentena, na calha para abandonar o Euro, e se repararmos bem, na Grécia o percurso foi mais ou menos o mesmo.

segunda-feira, julho 23, 2012

No Local e no Momento Errado

ANTÓNIO José Seguro, secretário-geral do partido Seguro, de visita aos locais atingidos pelos incêndios, nos concelhos de Tavira e S.Brás de Alportel, confrontado com o desesperante cenário de miséria das populações atingidas, e não sei a que propósito (talvez pensando que estava em campanha eleitoral a angariar votos), abandonou temporáriamente a sua providencial "abstenção violenta" e voltou a repetir para os repórteres de televisão que queria ser primeiro-ministro.

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Sabem o que é "oposição construtiva"?


SABEM o que é uma "oposição construtiva"? Se não sabem, António José Seguro explica o que é. Diz que discorda de muitas das medidas da troika que o "outro PS" (o de José Sócrates) assinou, e das malfeitorias que o Governo tem vindo a implementar por conta própria, mas temos que ter paciência. Acrescenta que os compromissos inicialmente assumidos com a assinatura do memorando da troika, já foram largamente ultrapassados, mas como são compromissos, têm que ser respeitados e cumpridos, caso contrário a nossa credibilidade e honradez ficam postas em causa. Só falta fazer coro com Pedro Passos Coelho, dizendo que os sacrifícios são para levar para a frente, custe o que custar. Para mitigar vai dizendo que está a fazer uma coisa a que chama "oposição construtiva, responsável e honesta", isto é, vai contestando aqui e ali, não levanta a voz, faz queixinhas e vai-se lamentando aos jornalistas nos Passos Perdidos, aparentemente confortável, sempre a enrolar os problemas, e não passa daí. Parece que quer ganhar tempo, dar “passos seguros”, mas não se sabe muito bem para quê. Será que o caso dramático da Grécia, à beira do desastre final, não funciona como advertência, não o incomoda, nem desperta o socialista que era suposto haver em si? Ora, no ponto em que estamos, a questão já não é honrar compromissos, mas ser, sim ou não, uma muleta do Governo que, no fim de contas, até não precisa dela, a não ser para continuar a avalizar as políticas de confisco e depauperamento que estão a ser levadas a cabo.

quinta-feira, dezembro 22, 2011

Prendas no Sapatinho


(Com)Passos Coelho e António (In)Seguro estiveram reunidos em São Bento, a pedido do primeiro, com uma agenda confidencial e sem declarações no final do encontro, que durou 40 minutos. Imagino que não se devem ter limitado a trocar prendas de Natal entre si, mas aproveitaram a oportunidade para embrulharem mais umas quantas surpresas, para distribuirem pelos portugueses, já no início de 2012.

E nem de propósito, sabe-se agora que em reunião do Conselho Permanente de Concertação Social, o Governo, com o objectivo de promover a competitividade, e com ela o relançamento da economia, vai propor a eliminação do período suplementar de três dias de férias, reduzindo o seu número para 22 dias úteis, uma autêntica prenda no sapatinho para as associações patronais. É caso para perguntar: e porque não vão promover e relançar um par de coisas que eu cá sei?

quinta-feira, dezembro 01, 2011

Sabem o que é "abstenção construtiva"?

Nem queiram saber! No dizer de Vital Moreira, a "abstenção construtiva" do PS produziu alguns resultados tangíveis na austeridade veiculada pelo Orçamento de Estado para 2012, e algumas horas depois, a expressão usada por António José Seguro foi descodificada, e os resultados ficaram logo à vista: Pedro Passos Coelho prometeu mais medidas de austeridade para o ano que se inicia daqui a um mês.

sexta-feira, novembro 11, 2011

Contra Factos…

Já alguém o disse, e confirma-se: António José Seguro não é líder da Oposição, mas sim cúmplice da Situação.

quarta-feira, novembro 09, 2011

Socialismo Austeritário

NUM ALMOÇO seguido de conferência, promovido pelo American Club, onde confraternizou com alguma da nata empresarial portuguesa ( entre os quais esteve o inenarrável João Rendeiro do BPP), António José Seguro, secretário-geral do PS [partido (in)Seguro], considerou inaceitável que um pensionista com uma reforma de 1.000 euros fique sem duas prestações, ao passo que um trabalhador do sector privado, com 1.500 euros, não dê qualquer contributo para o esforço nacional.

Considerando que ele anda a tentar convencer o Governo de Passos Coelho a recuar, apropriando-se apenas de um subsídio, não percebo porque é que sublinha e enfatiza a falta de equidade da medida relativamente ao sector privado, achando inaceitável que uns sejam esbulhados e outros não. Não seria mais razoável opor-se à medida, por recair exclusivamente sobre quem trabalha, independentemente de pertencer ao sector público ou privado? Até parece que está a sugerir que essa equidade seja restabelecida, com a aplicação universal de uma sobretaxa especial sobre todos os rendimentos do trabalho, uma vez que no sector privado, não pagar subsídios de Férias ou de Natal apenas beneficia os empresários, os quais arrecadam o seu valor, o qual por sua vez escapa à colecta dos respectivos impostos. Trocado por miúdos, é a mesma coisa que dizer, "se não queres perdoar um subsídio aos funcionários públicos e pensionistas, sê igualitário e aplica uma sobretaxa a todos, sem contemplações". Transmitido o recado, Seguro ficou-se por aí, esquecendo-se de referir que escandaloso é ir buscar verbas aos rendimentos de trabalho, para tapar os buracos orçamentais e garantir a “acalmia” dos mercados, e mais escandaloso ainda é deixar passar em branco quem nem sequer trabalha, por usufruir  lautos rendimentos de capital, os quais são tratados com suavidade, não sendo tocados pela rapina governativa. Eis o socialismo acomodatício e austeritário de António José Seguro em toda a sua pujança,  dizendo o que não devia ter dito, e esquecendo-se de dizer o que devia ter sido dito. Mas isso não lhe retardou nem parou a digestão.

Curioso é que talvez afectado pelo ar "snob" do American Club, na parte do encontro em que havia intervenções e troca de impressões com os outros convidados, António José Seguro, assumindo uma postura que não é habitual naqueles eventos, mas que faz lembrar o secretismo que gira à volta do Clube de Bilderberg, exigiu que os jornalistas abandonassem a sala. Vá-se lá saber porquê...

"Abstenção Violenta"

«Ando desde o fim-de-semana a meditar transcendentalmente no que será uma "abstenção violenta", conceito que, em boa hora, António José Seguro introduziu na ciência política portuguesa para classificar (ou desclassificar) a posição do PS quanto ao OE para 2012.

E não me custa a crer que os deputados socialistas estejam com um problema semelhante ao meu, decidindo agora a quais caberá abster-se e a quais caberá a parte da violência (eu proporia o notório Ricardo Rodrigues, especialista em "acção directa" contra gravadores alheios, para líder da facção violenta; e, para líder dos abstencionistas, algum daqueles, muitos, no PS como em outros partidos, "de que no mundo não ficará memória" pois "vive[m] sem infamar-se ou merecer louvor" e que Dante nem do Inferno considera dignos).

O conceito de "abstenção violenta", ainda por cima "construtiva", levanta perplexidades q.b.. Irá o PS abster-se aos gritos e partindo a mobília do Parlamento?  Irá fazê-lo arrepelando os cabelos (e convenhamos que tem razões para isso)?, ou Seguro quis dizer "violeta" e não "violenta"? De facto, ao contrário de "violenta", que sugere luta, "violeta" sugere "luto". E "luto" parece palavra mais adequada do que "luta" para qualificar a resignação (termo mais bonito do que cumplicidade) do PS face a um Orçamento que Seguro acusa de conter "medidas violentas e profundamente injustas" e de o ter deixado em "estado de choque".»

Comentário de Manuel António Pina publicado no JORNAL DE NOTÍCIAS on-line de 8 de Novembro de 2011.

sábado, novembro 05, 2011

E os Portugueses, Pá?

Excerto da entrevista concedida ao semanário EXPRESSO por António José Seguro, e publicada na edição de 5 de Novembro de 2011.

EXPRESSO: - Um Orçamento de Estado (OE) que o deixa em choque não justifica o voto contra?

António José Seguro: - Se estivesse em causa exclusivamente o OE, a minha proposta era que o PS votasse contra. Mas o que está em causa é a viabilização da continuação de Portugal na zona euro e a garantia de que continuará a receber os 78 mil milhões de euros que pediu e que o próprio PS negociou. Distingo entre o conteúdo do OE do sinal político que um partido responsável deve dar. O sinal político da abstenção é para defender Portugal. Este não é o meu OE, mas Portugal é o meu país e eu não volto as costas a Portugal.
(...)

Meu comentário: Se o conteúdo do OE deixou António José Seguro escandalizado, por atentar contra os portugueses, e se Portugal é o conjunto do povo português, não se percebe como se pode defender o país deixando de fora o povo. O que António José Seguro quer defender é um Portugal vazio.

quarta-feira, outubro 26, 2011

Novos Tempos, Novas Teorias

PEDRO Passos Coelho, durante uma conferência promovida pelo DIÁRIO ECONÓMICO, assegurou que Portugal apenas pode sair da crise empobrecendo, tanto em termos relativos como absolutos, paradoxo que contraria tudo o que se sabe sobre economia, isto é, que apenas se conseguem ultrapassar as situações de crise económica, criando riqueza, e não o seu contrário. Já Paulo Portas, durante uma sessão da Comissão Parlamentar de Assuntos Europeus, vaticinou que os caminhos para a salvação do país, estão repletos de sacrifícios e de dor, expressões que associadas ao empobrecimento garantido por Passos Coelho, têm o seu quê de fatalismo bíblico.

Há uns anos atrás fomos confrontados com uma doutrina muito querida a G.W.Bush, que abrangendo aplicações desde a área militar até à àrea económica, dava pelo nome de "destruição criativa", uma coisa com pretensões a ser um novo paradigma civilizacional. Será que esta espécie de empobrecimento controlado de Pedro Passos Coelho, no seguimento do que António José Seguro sugeriu, quando disse que os portugueses deviam interiorizar a austeridade, isto é, aceitá-la como um facto consumado e coisa sua, postura a que deu o bizarro nome de "austeridade inteligente", tudo isto associado ao misticismo de Paulo Portas, são caminhos convergentes para a versão lusitana de uma nova teoria económica, ou será que tudo isto não passa de uma técnica para amedrontar os portugueses, fazendo-os acreditar que são os principais culpados pelo descalabro, e que todos vivemos afinal, sem decoro, numa riqueza faustosa?

Porque é preciso manter a higiene em níveis aceitáveis, que tal aqueles senhores deixarem de bolsar tantas obscenidades e provocações?

segunda-feira, setembro 26, 2011

O Confessionário


OS PROJECTOS apresentados pela maioria PSD/CDS, pelo PCP e pelo BE para criminalizar o enriquecimento ilícito dos titulares de altos cargos públicos, foram todos aprovados na generalidade, na sessão da passada sexta-feira na Assembleia da República. Quanto ao projecto do PS, foi rejeitado por esses mesmos partidos (com excepção do PEV que se absteve), pois consideraram que apenas criminalizava as falsas declarações ou a inexistência de declarações sobre rendimentos. Entretanto, António José Seguro veio lamentar-se para o Facebook - que parece ter-se tornado o confessionário, por excelência, de alguns políticos cá do burgo - a propósito da insensibilidade dos outros partidos, em relação à proposta do PS, que teria tanto de bem-intencionada como de inócua.

Já João Marcelino, director do DIÁRIO DE NOTÍCIAS, em editorial, veio acrescentar mais algumas achegas à questão, isto é, que "o PS, quinze dias depois do Congresso de Braga, onde o combate à corrupção andou de boca em boca, (...) continua a ser o partido que não quer que os portugueses titulares de cargos públicos tenham de eventualmente explicar de onde lhes vieram as casas, os carros topo de gama e as contas bancárias incompatíveis com os ordenados praticados pelo Estado. Porquê?"

A resposta talvez não seja difícil de encontrar, se atendermos aos incontáveis casos de súbito, veloz e avantajado enriquecimento, que por cá têm proliferado, difíceis de explicar apenas através dos vencimentos auferidos com o desempenho de cargos públicos, e de umas episódicas quanto inofensivas ofertas de caixas de robalos. Há também quem diga que a lei, a ser aplicada com rigor, faria triplicar a população dos estabelecimentos prisionais do país, com o consequente agravamento do défice. Outros ainda, mais radicais, são peremptórios: se me oferecessem o lugar e a oportunidade, eu cá aproveitava-me também…

quarta-feira, agosto 03, 2011

Uma Espécie de "Solução Final"

O MINISTRO da Economia, Álvaro Santos Pereira, já encontrou o remédio para deixar sobreviver alguns dos apêndices do “estado social”. A solução passa pela institucionalização e credenciação da pobreza, com direito a passe social de outra cor (como os cartões de crédito com diferentes plafonds), com acesso a descontos e preços especiais no cabaz de compras de produtos essenciais, nos cuidados de saúde, medicamentos, educação, consumos de água, gás e electricidade, e porque não no preço da ida ao cinema ou ao jogo de futebol. Suspeito que para os casos mais extremos, está em estudo um passaporte para os bancos alimentares, a par de autorizações do ministro da Defesa para pernoitar nas casernas dos quartéis. Tudo isto porque os tempos são outros e já não se justifica, como há tempos atrás, para não haver confusões entre ricos e pobretanas, os carros usados importados, mesmo sendo topos de gama, levarem com a matrícula “K”, ou então, como no século passado - embora com outros e maléficos objectivos – ser vulgar haver quem andasse com uma estrela de David cozida na fatiota, amarela e bem visível, para marcar a diferença, à espera da “solução final”.
Entretanto, António José Seguro, exibindo aquela fisionomia de pessoa que sofre de prisão de ventre, indiferente à “guetização” em curso, anda a entoar-nos algumas canções de embalar, com letra da troika e música do bloco central. Diz ele que somos todos vítimas (menos uns quantos) das imposições que vieram lá de fora (pois claro!), que temos que dar as mãos, continuar a trabalhar e a descontar para os respeitáveis accionistas dos bancos, trauteando o “fui ao jardim da Celeste, giroflé-flé-flá”, cara alegre, olhar em frente, e vamos a isto que o que é preciso é ter fé, pois o mau tempo há-de passar.